quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A tragédia de Bophal parte 2

Justiça para Bhopal?
A Union Carbide foi intimada a compensar aqueles que, com o desastre, perderam sua
capacidade de trabalhar. A companhia se recusou a pagar os US$ 220 milhões exigidos pelas organizações de sobreviventes de Bhopal. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o Governo Indiano e a empresa chegaram a um acordo de US$ 470 milhões.
Supostamente, esta quantia deveria pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A indenização média, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, era suficiente apenas para cobrir despesas médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, incluindo-se crianças,
sofrerão os efeitos do desastre pelo resto de suas vidas. Em novembro de 1989, o número oficial de mortes foi estimado em 3.590, elevando-se para 3.828 em outubro de 1990. Esta foi a estimativa usada pelo governo indiano para estabelecer o
acordo indenizatório de US$ 470 milhões com a Union Carbide. No entanto, o médico-legista de Bhopal relatou que ele havia realizado 4.950 autópsias nos primeiros cinco ou seis meses de 1985. Em dezembro de 1992, o número oficial de mortos saltou para 4.136 e, em outubro de
1995, para 7.575, quase o dobro da estimativa usada como base do acordo. Organizações locais de sobreviventes estimam que entre 10-15 pessoas continuam morrendo a cada mês. Cerca de 100 mil pessoas ainda precisam de assistência médica urgente e não receberam a
indenização. A indenização acordada não cobriu despesas médicas ou prejuízos relacionados à exposição
contínua à área contaminada. O maior acidente industrial do mundo custou à Union Carbide apenas US$ 0,48 por ação. Desde 1984, mais de 140 ações civis a favor das vítimas e sobreviventes de Bhopal foram iniciadas nas Cortes Federais dos Estados Unidos, na tentativa
de obter indenização apropriada. Os casos continuam em curso atualmente.

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