segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Os perigos das plantas de irradiação

Os apoiadores da irradiação de alimentos freqüentemente dizem que as plantas e os equipamentos de irradiação são seguros – que os acidentes são raros, assim como
ferimentos e mortes. O registro histórico afirma o contrário. Desde 1960, dúzias de acidentes foram relatados pelo mundo. A água radioativa tem sido despejada no sistema público de esgotos. Resíduos radioativos foram jogados no lixo. A radiação vazou. Plantas
incendiaram. Equipamentos falharam. Trabalhadores perderam dedos, mãos, pernas e, em muitos casos, as vidas. Executivos de empresas foram cobrados e houve um caso de
sentença à prisão federal. O debate sobre a irradiação de alimentos não seria completo sem uma compreensão sobre os riscos associados com a própria tecnologia. Aqui estão alguns exemplos do que pode dar errado.
Brasil
Na cidade brasileira de Goiânia, em 1987, uma fonte radioativa de césio 137 abandonada
foi desmantelada em um ferro velho. Atraídos pela luminescência do césio, (um pó brilhante ficou exposto) pessoas o manipularam e distribuíram entre parentes e amigos. Ao
longo da semana seguinte, centenas de pessoas, sem saber, foram expostas. Algumas crianças e adultos – pensando que o pó do césio parecia “bonito” – o esfregaram pelo
corpo. Outros, inadvertidamente consumiram a comida que estava contaminada com o pó radioativo. Mais de 100 mil pessoas foram monitoradas por exposição radioativa - 300 delas foram contaminadas com césio 137. Quatro pessoas morreram. Residências e
estabelecimentos comerciais também foram contaminados, requerendo uma grande operação de limpeza que durou seis meses.
Israel
Em um irradiador de cobalto-60 em Soreq, em 1990, um trabalhador entrou numa sala de
irradiação após o toque de um alarme. Agindo contra instruções de operação e segurança, o funcionário não notificou seu supervisor e manteve a situação sob seu próprio controle. Ele desligou o alarme, passou pelo sistema de segurança, destrancou a porta e entrou na sala de radiação. Ele não percebeu que o cobalto-60 estava exposto até que moveu uma pilha de caixas. Depois de um minuto de exposição direta, começou e ter uma sensação de queima nos olhos e saiu da sala. Ele morreu 36 dias depois.
El Salvador
Em fevereiro de 1989 três trabalhadores foram envenenados quando entraram no
compartimento de irradiação de uma planta de cobalto-60, perto de San Salvador. Respondendo a uma disfunção, um trabalhador ultrapassou o sistema de segurança e entrou na sala de irradiação com dois outros – nenhum deles teve treinamento adequado para operar o equipamento. Os três homens foram expostos quando ficaram diretamente em frente à fonte de cobalto. Um homem ficou doente por mais de seis meses. Outro teve que amputar as pernas. O trabalhador que esteve mais exposto (o primeiro a entrar no compartimento) foi hospitalizado por envenenamento por radiação no corpo e queimadoras nas pernas e nos pés. Sua perna direita foi amputada e 197 dias após o acidente ele morreu. A empresa não teve conhecimento sobre o acidente por muitos dias porque os trabalhadores tiveram um diagnóstico incorreto de envenenamento alimentar.
Bielorussia
Em 1991, um trabalhador foi fatalmente envenenado em uma planta de irradiação de
cobalto-60 em Nesvizh, cerca de 120 quilômetros de Minsk. Quando um pedaço de um equipamento ficou preso, ele entrou no compartimento de irradiação, desviando-se de
vários itens de segurança. O material radioativo ficou exposto e irradiou o homem por cerca de um minuto. Após ter feito tratamento especializado em Moscou, ele morreu passados
113 dias do acidente.
Estados Unidos
Em 1988, uma cápsula de césio-137 radioativo - resgatada de um depósito de lixo de uma fábrica de armas nucleares – começou a vazar perto de Atlanta, na Georgia. Embora o vazamento estivesse concentrado no terreno, dois dos três funcionários expostos espalharam radioatividade aos seus carros e casas. Estima-se que 70.000 caixas de leite, caixas de soluções para lentes de contato e outros containers tenham sido enviados de navio depois de terem sido esparramados na água radioativa. Somente cerca de 900 dos containers contaminados retornaram para recalls. O custo da limpeza feita em decorrência disso foi de mais de U$30 milhões.
- Em 1986, dois executivos de companhias foram indiciados a cobranças federais devido ao derramamento de 600 galões de água contaminada em uma planta de cobalto-60 em Nova Jersey. Trabalhadores foram orientados e derramar a água radioativa por canos de drenagem que escoariam no sistema de esgotos. Os trabalhadores também receberam ordens para usarem seus “distintivos” de detecção de radiação de forma a falsificar os níveis de radiação. Uma limpeza de U$ 2 milhões incluiu o custo para depositar o material radioativo em um depósito de lixo nuclear. O vice-presidente de uma companhia que uma vez serviu à Comissão de Energia Atômica dos EUA foi condenado por conspiração e fraude.
- Um trabalhador em uma planta de cobalto-60 em Nova Jersey foi exposto a uma dose quase fatal de 150-300 rem em 1977, quando um sistema designado a proteger funcionários da radioatividade falhou. Em 1998 – após mais de 30 violações à Comissão Reguladora Nuclear, incluindo a emissão de resíduos radioativos junto com lixo - o presidente da companhia foi indiciado a cobranças criminais federais e recebeu sentença de dois anos de prisão.
- O diretor de radiação em uma planta de cobalto-60 em Nova Jersey foi exposto a uma dose quase fatal de 400 rem em 1974. Ele ficou hospitalizado em estado crítico por um mês. Depois de dois anos, um incêndio próximo à piscina de armazenamento do cobalto levou produtos químicos para dentro da piscina que fizeram o bastão de cobalto corroer e vazar. A água radioativa foi emitida pelas descargas dos banheiros ao sistema público de esgotos. Eventualmente, verificou-se que o concreto ao redor da piscina de cobalto, bem como o encanamento dos banheiros, estavam radioativos e foram levados a um depósito de lixo. A quantidade de radiação levada ao sistema público de esgotos nunca foi determinada.
Em outros lugares...
China Na China, em 1992, uma fonte de cobalto-60 foi perdida e encontrada por um indivíduo desavisado. Três pessoas em uma família morreram devido à superexposição.
Itália
Em 1975 um trabalhador de uma planta de irradiação de cobalto-60 na Bréscia foi exposto quando ultrapassou os controles de segurança, escalou por uma esteira rolante e entrou no compartimento de irradiação. Ele morreu após 12 dias.
Noruega
Um trabalhador norueguês recebeu uma grande dose de cobalto-60 em 1982 enquanto
tentava concertar um uma esteira rolante trancada. Ele morreu 13 dias mais tarde.
Turquia
Em 1998, em Istambul, duas fontes de cobalto-60 em containers de navios foram vendidas como sobras de metal. Dez pessoas foram inadvertidamente expostas a radiação, embora não haja relatos de que alguma tenha morrido. Uma das fontes ainda estava desaparecida vários meses após o incidente.
Vietnam
Em 1992, um acidente em um acelerador linear a 15 milhões de voltz-eletron em Hanoi
custou ao diretor de pesquisa da planta uma de suas mão e muitos dedos.

domingo, 14 de novembro de 2010

Portugal: pioneiro na geração de energia elétrica pelas ondas do mar

Eis uma notícia que muito me interessa e creio que aos que acompanham o Olhar Global. Trata-se da geração de energia elétrica através de fontes renováveis. No presente caso, das ondas do mar. Ainda está em um estágio de avaliação, mas sinceramente torço para que seja bem sucedida, não só no que se refere aos aspectos técnicos-operacionais, mas também e não menos importante, no econômico-financeiro.
Não nos adianta termos a viabilidade técnica de produzir energia, se esta não estiver aliada a uma condição que permita uma rentabilidade que remunere aos investidores e principalmente, um preço acessível a um amplo número de usuários. Mas uma coisa já se pode dizer a respeito: É uma fonte de energia limpa!
Eu imagino que, no caso de bem sucedida a experiência portuguesa, seria bom pensarmos em aplicá-la aqui no Brasil, com a extensão monumental da nossa linha litorânea, é de se esperar que haja um potencial significativo para a sua utilização. Aguardemos os resultados!
ortugal é o primeiro país do mundo a produzir, a sério, eletricidade a partir das ondas. Há muitos protótipos em teste em vários pontos do globo. Mas o parque das ondas da Aguçadoura, inaugurado na região de Póvoa de Varzim, é pioneiro na produção de energia elétrica em escala pré-comercial, a partir de equipamentos produzidos industrialmente.
São três máquinas com tecnologia escocesa, que oscilarão ao sabor das ondas, gerando eletricidade que o fabricante diz ser suficiente para alimentar 1.500 habitações.
O projeto de Aguçadoura inicia com uma pequena capacidade – 2,25 megawatts, equivalente à de um único aerogerador de um parque eólico.
Mas sair na frente pode ser decisivo para Portugal. "É claramente um projeto pioneiro", afirma António Sarmento, do Centro de Energia das Ondas, uma associação privada que estuda e promove esta forma alternativa de produzir eletricidade.
O projeto é uma aposta do grupo Enersis, que se dedica às energias renováveis em Portugal e que há alguns anos contratou uma nova tecnologia desenvolvida pela empresa Pelamis Wave Power, com sede na Escócia. A instalação dos equipamentos, prevista para 2006, sofreu sucessivos atrasos. O primeiro acabou por ser colocado a cinco quilômetros da costa, apenas em meados de julho passado. Uma segunda máquina foi instalada posteriormente. Ambas já produzem eletricidade. A terceira foi ancorada no Porto de Leixões, para a cerimônia de inauguração. Depois, bastará rebocá-la e uni-la ao ponto de ligação, como a uma tomada.
"Parque está operacional"

"O parque já está operacional", afirma Rui Barros, responsável na Enersis pelo parque da Aguçadoura. O projeto prevê uma segunda fase, com mais 27 máquinas Pelamis, somando 20 MW. A empresa pensa mais alto e tem projetos para mais 550 MW ao longo da costa.

É mais do que os 330 Mw que o Governo quer pôr à disposição de novos projetos pré-comerciais ou de demonstração, numa zona piloto para a energia das ondas, ao largo da costa de São Pedro de Moel, Marinha Grande. O que ainda não está regulamentada é a entidade gestora que irá servir de interlocutor único para as empresas interessadas. A entidade gestora possivelmente será uma sociedade a ser criada pela Rede Eléctrica Nacional. Os detalhes da concessão ainda não foram, porém, formalizados. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Economia e da Inovação, já está concluído um projeto de decreto-lei, que se encontra à espera de pareceres até ao final deste mês.

"No início do mês de outubro será iniciado o processo formal para aprovação do diploma em Conselho de Ministros", assegura o Ministério da Economia, numa nota enviada ao PÚBLICO.

A costa portuguesa tem potencial para a instalação de 5.000 Mw de potência em energia das ondas – 15 vezes a capacidade da zona piloto. Mas, para António Sarmento, do Centro de Energia das Ondas, o pontapé de partida com o projeto da Aguçadoura e a zona piloto "é um bom começo". "Pode fazer diferença, dependendo do que o país consiga fazer das iniciativas que estão sendo lançadas", diz António Sarmento.

O desenvolvimento de novos projetos pode proporcionar não só a fabricação de componentes no país como o seu próprio desenvolvimento tecnológico, associado a patentes.

Além disso, as primeiras empresas a entrarem no setor, como agora a Enersis, estarão em melhores condições de abrir caminho no mercado. "Há aqui uma série de oportunidades, e a componente energia é apenas uma delas", diz Sarmento. Mas tudo isto, acrescenta o especialista, implica esforço em inovação, compartilhado entre empresas e o Estado.

62 tecnologias possíveis

Numa lista elaborada pelo Centro de Energia das Ondas, aparecem 62 possíveis tecnologias para o aproveitamento da energia das ondas. Algumas foram já testadas em Portugal, como a central de coluna de água oscilante da ilha do Pico, Açores, ou o sistema Archimedes, cujos ensaios deixaram um ponto de ligação elétrica reaproveitado agora pelo projeto da Aguçadoura.

Em Peniche, está em curso uma nova experiência, da empresa portuguesa Eneólica. Um protótipo, com uma asa submersa que bascula com as correntes de fundo, foi alvo de testes em 2007 e 2008. Agora será instalada uma nova máquina, com três asas, numa escala piloto. Os ensaios em Peniche aproveitam uma licença já existente, para a instalação de um megawatt de potência das ondas no local – fora da zona piloto da Marinha Grande. Mas as atenções principais voltam-se agora para as máquinas Pelamis da Aguçadoura, que serão as primeiras a operar regularmente, em regime pré-comercial, produzindo eletricidade e injetando-a no sistema elétrico nacional.

A empresa Pelamis Wave Power, detentora da tecnologia, tem dois outros projetos em andamento no Reino Unido – na Escócia e na Cornualha -, mas num estágio menos avançado. "Esperamos construir mais máquinas dentro de alguns meses", afirma Max Carcas, diretor da empresa. Um bom empurrão seria a segunda fase do projeto da Aguçadoura, que depende da Enersis. "Da nossa parte, gostaríamos de avançar o mais rapidamente possível", diz Max Carcas.

Fonte:http://olharglobal.net/2008/10/10/portugal-pioneiro-na-gerao-de-energia-eltrica-pelas-ondas-do-mar/

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A tragédia de Chernobyl ainda continua

A conclusão é de um estudo realizado pelos cientistas britânicos Ian Fairlie e David Sumner, a pedido do Partido Verde europeu.

Apresentado ao Parlamento Europeu, o estudo de 90 páginas se baseia em dados compilados pela Comissão Européia, órgão executivo da UE, e nas imagens de satélite tomadas nos dias posteriores ao desastre.

As fotos mostram o deslocamento da nuvem tóxica desprendida pelo acidente, composta por elementos como o Césio 137, Estrôncio 90 e Iodo 131, com radioatividade equivalente a 200 vezes a das bombas de Hiroshima e Nagasaki combinadas.

A explosão que ocorreu na unidade quatro de Chernobyl na manhã do dia 26 de abril de 1986 espalhou nuvens radiativas por um raio de entre 7 e 9 quilômetros na atmosfera.

Estima-se que 30% das 190 toneladas de combustível do reator se espalhou pela região próxima à central, situada a 110 km ao norte da capital ucraniana, Kiev, e a 16 km da fronteira com Belarus, então território da União Soviética.

"O fogo que se seguiu à explosão, abastecido por 1.700 toneladas de grafite, durou oito dias e foi o principal responsável pela gravidade do desastre de Chernobyl", afirma o relatório.
Europa Ocidental

Segundo os cientistas britânicos, as maiores concentrações de material radiativo recaíram sobre Belarus, Rússia e Ucrânia, "mas mais da metade da quantidade total de emissões" geradas pelo acidente foi parar em solos da Europa Ocidental.

Cerca de 3.900.000 quilômetros quadrados da UE receberam mais de 4.000 becquereles por metro quadrado de Césio 137 (Bq/m2, unidade de medida de radioatividade), elemento com vida média de 30 anos.

Entre essas regiões, estão 80% do território da Áustria e da Suíça, 44% da Alemanha e 34% do Reino Unido. Além disso, 2,3% da Europa Ocidental foi contaminado com níveis superiores a 40.000 Bq/m2, uma porcentagem que inclui 5% das terras de Ucrânia, Finlandia e Suécia.

O relatório ressalta que a carne de animais silvestres na Alemanha apresenta atualmente uma média de 6.800 Bq/kg, mais de dez vezes superior aos 600 Bq/kg máximos permitidos pela UE em alimentos.

Níveis similares são encontrados em cogumelos, frutas e animais silvestres de certas regiões da Áustria, Italia e Suécia.

Só na Grã-Bretanha as restrições sobre alimentos contaminados por Chernobyl ainda afetam 200.000 ovelhas e a produção agrícola de 750 quilômetros quadrados de fazendas.

Até 2005 cerca de 5.000 casos de câncer de tiróide foram registrados entre moradores da Belarus, Rússia e Ucrânia que tinham menos de 18 anos na época do desastre.

Os cientistas britânicos estimam que nos próximos dez anos "Chernobyl causará de 30.000 a 60.000 mortes por câncer, entre 7 e 15 vezes mais que o estimado pela da Organização Mundial da Saúde (OMS)", que limita esse número a 9.000.

Para a organização não governamental Greenpeace, a estimativa é ainda mais pessimista. O grupo desacreditou os números da OMC ao afirmar que o número de mortos por câncer causado pelo acidente de Chrnobyl pode chegar a quase 100 mil pessoas.

O OMS (Organização Mundial da Saúde) questionou as conclusões do Greenpeace, reafirmando que um máximo de 9 mil mortes seriam causadas pelo acidente.

Fonte:BBC Brasil

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TENSOATIVOS RESOLVENDO PROBLEMAS ECOLÓGICOS

Na busca de alternativas para a produção de tensoativos facilmente biodegradáveis, atóxicos e de menor custo as grandes indústrias de cosméticos investem em pesquisas. Uma pesquisa feita por J.A. Costabile da QUIMASA S/A, publicada na revista Cosmetics & Toiletries de Janeiro/Fevereiro de 1993, chamou a atenção para a possibilidade de obtenção de um tensoativo não-iônico a partir do farelo de soja.
A grande produção de soja no Brasil faz com que esta seja a principal matéria-prima graxa para uso cosmético e alimentício do país. Do grão de soja se obtém o óleo e o farelo de soja.
O farelo de soja, em análise por cromatografia líquida e de absorção atômica, foi caracterizado como um polímero natural rico em carbono, oxigênio e nitrogênio. O farelo de soja sofre hidrólise em meio ácido dando origem a aminoácidos.
Os aminoácidos presentes no farelo de soja podem ser separados por centrifugação.O tensoativo de soja demonstrou ser biodegradável em 24 horas. Este fato vem reforçar a idéia de que poderemos interagir com o meio ambiente sem destruí-lo e é para isso que devem servir as pesquisas e baseados nessa ideologia que devem trabalhar os pesquisadores.

Fonte:Universidade Federal do Rio Grande do Sul

sábado, 21 de agosto de 2010

A tragédia de Bophal parte 3

Procedimentos Legais

Em 1991, a Corte Suprema da Índia reafirmou a responsabilidade criminal da Union Carbide no caso. O processo criminal ainda está pendente na Corte do Distrito de Bhopal. Em 1992, uma
ordem de prisão foi dada para Warren Anderson, diretor-executivo da Union Carbide na época do acidente, e para administradores (indianos) da fábrica da Union Carbide na Índia. Anderson não compareceu à Corte para enfrentar as acusações e foi declarado foragido pela Justiça
indiana há oito anos. No dia 13 de setembro de 1996, em resposta à apelação dos acusados da Union Carbide India
Ltda., a Corte Suprema enfraqueceu o grau das acusações de “homicídio culposo” para “morte causada por negligência”, reduzindo assim a sentença máxima de dez para dois anos de prisão. O julgamento dos administradores indianos acusados caminha lentamente para a
instância judicial máxima – apesar de todos os esforços da Union Carbide para escapar da Justiça, os procedimentos criminais contra os acusados permanecem abertos e pendentes.
Desdobramentos recentes do processo na Corte dos Estados Unidos: No dia 15 de novembro de 1999, sete indivíduos (três dos quais são sobreviventes) e cinco organizações deram entrada à uma ação coletiva contra a Union Carbide e Warren Anderson na Corte Federal de
Nova York. A ação acusa a companhia e os administradores da fábrica de violações graves das leis internacionais e de direitos humanos, por causa de sua indiferença e de seu descaso pela vida humana ao não promover a descontaminação do local, perpetuando assim o desastre.
Esta ação forçou Anderson a submeter-se ao processo judicial norte-americano no dia 08 de março de 2000, depois de ter se esquivado de intimações enviadas desde 21 de novembro de 1999 para seus três endereços nos Estados Unidos. No dia 28 de agosto de 2000, o juíz John
F. Keenan, da Corte Federal da Zona Sul de Nova York, rejeitou o processo baseado nos princípios de que somente o governo indiano poderia processar a Union Carbide ou seus representantes (Bhopal Act 1985), impedindo ações indenizatórias de organizações ou de
indivíduos, mesmo que estes fossem vítimas. A decisão está agora sendo apelada.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A tragédia de Bophal parte 2

Justiça para Bhopal?
A Union Carbide foi intimada a compensar aqueles que, com o desastre, perderam sua
capacidade de trabalhar. A companhia se recusou a pagar os US$ 220 milhões exigidos pelas organizações de sobreviventes de Bhopal. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o Governo Indiano e a empresa chegaram a um acordo de US$ 470 milhões.
Supostamente, esta quantia deveria pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A indenização média, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, era suficiente apenas para cobrir despesas médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, incluindo-se crianças,
sofrerão os efeitos do desastre pelo resto de suas vidas. Em novembro de 1989, o número oficial de mortes foi estimado em 3.590, elevando-se para 3.828 em outubro de 1990. Esta foi a estimativa usada pelo governo indiano para estabelecer o
acordo indenizatório de US$ 470 milhões com a Union Carbide. No entanto, o médico-legista de Bhopal relatou que ele havia realizado 4.950 autópsias nos primeiros cinco ou seis meses de 1985. Em dezembro de 1992, o número oficial de mortos saltou para 4.136 e, em outubro de
1995, para 7.575, quase o dobro da estimativa usada como base do acordo. Organizações locais de sobreviventes estimam que entre 10-15 pessoas continuam morrendo a cada mês. Cerca de 100 mil pessoas ainda precisam de assistência médica urgente e não receberam a
indenização. A indenização acordada não cobriu despesas médicas ou prejuízos relacionados à exposição
contínua à área contaminada. O maior acidente industrial do mundo custou à Union Carbide apenas US$ 0,48 por ação. Desde 1984, mais de 140 ações civis a favor das vítimas e sobreviventes de Bhopal foram iniciadas nas Cortes Federais dos Estados Unidos, na tentativa
de obter indenização apropriada. Os casos continuam em curso atualmente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A tragédia de Bophal parte 1

O Desastre

Na noite do desastre, as seis medidas de segurança criadas para impedir vazamentos de gás fracassaram – devido à falhas em seu funcionamento; ou porque não estavam ligadas; ou
ainda por serem ineficientes. Além disso, a sirene de segurança, que servia para alertar a comunidade em casos de acidente, estava desligada.
Os primeiros efeitos agudos dos gases tóxicos no organismo foram vômitos e sensações de queimadura nos olhos, nariz e garganta. Muitas pessoas morreram dormindo; outras saíram cambaleando de suas casas, cegas e em estado de choque, para morrer no meio da rua.
Outras morreram muito depois de chegarem aos hospitais e prontos-socorros. Grande parte das mortes foi atribuída à falência respiratória – para alguns, o gás tóxico causou secreções internas tão severas que seus pulmões ficaram obstruídos; em outros, os tubos bronquiais se
fecharam levando à sufocação. Muitos dos que sobreviveram ao primeiro dia foram diagnosticados com falha no funcionamento dos pulmões. Estudos mais aprofundados com os sobreviventes também apontam sintomas neurológicos, que incluem dores de cabeça,
distúrbios de equilíbrio, depressão, fatiga e irritabilidade, além de anormalidade e efeitos negativos sobre os sistemas: gastrointestinal, muscular, reprodutivo e imunológico.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O futuro dos combustíveis fosseis

      Os biocombustíveis figura como um dos principais objetos de estudos em todo mundo devido ao esgotamento dos recursos naturais, e pelos problemas ambientais que o planeta sofre hoje. De acordo com José Goldemberg ET AL os combustíveis fosseis estão com os dias contados “Na produção constante e no consumo, as reservas atualmente conhecidas de petróleo vai durar cerca de 41 anos,o gás natural 64 anos e o carvão 155 anos”.